E foi no dia 11 de junho de 1972 em um leilão de liquidação de animais da raça Hereford de uma prestigiada cabanha da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul que um dos maiores nomes da história dos leilões rurais iniciou sua trajetória. Filho de também um dos maiores leiloeiros de todos os tempos, Trajano Silva, Marcelo Silva começou cedo sua atividade acompanhando o pai. E 50 anos depois de uma carreira com muito sucesso, é momento de celebração.
Marcelo Silva conta que ao longo deste cinquentenário como leiloeiro rural tem passagens pitorescas, alegres e algumas tristes em sua trajetória. Bateu o martelo em todas as regiões do Brasil além de países como Uruguai, Argentina e Chile, sendo que no Paraguai também atuou como pisteiro. “Realizei alguns leilões épicos e tive criações como os leilões show como não se tinha no Rio Grande do Sul, tanto no cavalo quanto no gado. Isso é um dos aportes que eu trouxe na comercialização”, destaca.
O leiloeiro, hoje diretor do escritório rural que leva o nome de seu pai, frequentava as pistas desde os 11 anos de idade, acompanhando seu Trajano em seu trabalho pioneiro de comercialização. Já em 1966 ia junto até a então Exposição Estadual de Animais, realizada onde hoje é a Secretaria da Agricultura, em Porto Alegre. Viu nascer a Expointer no Parque de Esteio, onde até hoje frequentou todas as feiras desde então. “Participei daquele período entre 1970 e 1974 das exportações de bovino para o Golfo Pérsico. Nos primeiros leilões na Expointer, quando ainda era um banhado, eu estava lá”.
Silva guarda a data de 11 de junho de 1972 com muito carinho, considerando seu “Marco Zero” de carreira. O sucesso da primeira empreitada veio com as primeiras lições de seu pai, que fez com que o filho aprendesse seus próprios caminhos com muito trabalho e humildade. “Naquele dia faltou vaca e os preços foram extraordinários, e como adolescente me achei o máximo. Inteligentemente meu pai me nomeou como gerente da venda e comercialização do gado leiteiro. E para ter uma ideia, tivemos zero de consignação na Exposição Estadual de Animais. E mais a frente, em Bauru (SP), ele me nomeou responsável pela comercialização de remates onde vendi coelho, vendi porco”, conta.
Outra virada foi quando veio de Uruguaiana (RS), onde morava e era a sede da leiloeira, para Porto Alegre, no ano de 1987. A partir daí, Marcelo Silva começou a mudar de patamar a leiloeira, especializando-se em vendas no mercado de genética tanto da pecuária de corte quanto do Cavalo Crioulo. Uma lembrança inesquecível? O leilão do cinquentenário da Trajano Silva Remates, em 2011. “Um leilão até hoje inigualável. Conseguimos que as 22 cabanhas vendedoras abrissem suas manadas e deixassem os compradores escolher o animal de sua preferência. Com certeza hoje em dia não acharíamos cabanhas dispostas a fazer isto. Foi um dos momentos mais importantes e felizes da minha vida como leiloeiro”, salienta.
Para celebrar ao longo deste ano, três leilões serão realizados. O primeiro deles tem data marcada para 25 de abril onde, de forma virtual, ocorrerá um mega leilão de gado de corte com a genética de diversos criatórios importantes. Além disso, dois leilões de Cavalos Crioulos também serão agendados.
Foto: Arquivo Pessoal
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
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