Como os cavalos aprendem?

Colunista: Cosas del Campo

Terça-feira - 19 de dezembro de 2023

Como os cavalos aprendem?
1.Os cavalos são animais de rebanho e sociais   Os cavalos encontram conforto e segurança dentro do rebanho. O cavalo alfa, ou líder, é aquele que toma as[...]

1.Os cavalos são animais de rebanho e sociais

 

Os cavalos encontram conforto e segurança dentro do rebanho. O cavalo alfa, ou líder, é aquele que toma as decisões sobre quando procurar água, abrigo ou o momento do descanso, e os subordinados confiam e o seguem. Como treinadores de cavalos, os humanos devem ser os líderes. Nós tomamos as decisões, tais como, qual caminho vamos percorrer, onde e quanto tempo vamos ficar parados e o ritmo em que iremos nos mover. Isso exige muita energia e planejamento de nossa parte porque estejamos cientes disso ou não, a partir do momento em que tiramos o cavalo da baia, assumimos a liderança ou transferimos o status de tomada de decisão para o cavalo. Como tomador de decisão, precisamos ter um plano de aula para lidar com o cavalo nos corredores das cocheiras, levando-o ao pasto, montando no trabalho em pista.

 

O cavalo alfa confirma seu domínio por sua capacidade de usar linguagem corporal ameaçadora para fazer com que seus subordinados recuem. Nenhum cavalo tem permissão para entrar no espaço pessoal do líder sem ser convidado. A linguagem corporal é a principal forma de comunicação dos cavalos, e um bom cavaleiro fará o mesmo. Como exercício regular e durante todo o processo de treinamento, o condutor deve pedir ao cavalo que se afaste dele (seja para trás ou para o lado) e ceda à pressão aplicada em qualquer parte do corpo. Condutores que dão um passo para trás quando estão rodando o cavalo na guia, ou no corredor da cocheira, podem não estar cientes de que estão convidando o cavalo a entrar naquele vácuo de liderança e possivelmente avançar sobre eles. Esteja sempre ciente de que você está treinando. A inconsistência, como agradar a todo o momento e ser permissivo em uma ocasião, e em outra ocasião bater e sacudir o cavalo, o confundirá. Nada é mais desconcertante para um cavalo do que limites que mudam.

 

2.Os cavalos são presas, os humanos são predadores.

 

Animais que são presas precisam ser mais cautelosos do que os predadores para sobreviver. Quando percebem estímulos assustadores, fogem e não param para fazer perguntas. Essa reação de susto é o tempo de reação instantâneo que experimentamos como cavaleiros tentando permanecer na sela durante o mesmo. Como alfa, podemos treinar cavalos para confiar em nós na presença de algo assustador e anular a resposta de fugir. Através da repetição, podemos dessensibilizar os cavalos para objetos assustadores.

 

Os cavaleiros costumam perder a paciência com o cavalo que se assusta com fantasmas imaginários, mas o cavalo, na verdade, percebe muito mais do que estamos cientes. Programados para estarem constantemente atentos ao perigo, os cavalos são mais rápidos para detectar estímulos do que os humanos. Eles têm um amplo campo de visão porque seus olhos estão situados nas laterais de suas cabeças, ao contrário dos humanos com visão binocular. Embora eles tenham uma visão limitada das coisas diretamente na frente, virando levemente a cabeça, eles podem ver a maior parte do que se esconde ao lado e atrás deles. Além disso, os cavalos podem ouvir uma gama mais ampla de sons do que os humanos e, com orelhas que giram como um radar, podem localizar a fonte desse som.

 

Se um cavalo está preso e não consegue encontrar uma maneira de fugir do que o está assustando, ele geralmente luta. Imagine um cavalo puxando para trás quando amarrado, ou tendo sua perna emaranhada em uma cerca. No treinamento, devemos sempre fornecer uma saída, ou uma porta aberta. Se, por exemplo, pedimos ao cavalo para se encurvar com nossa rédea interna, nossa rédea externa precisa ceder. A liberdade é uma recompensa. Nas palavras do conhecido treinador de cavalos Ray Hunt, "torne a coisa errada difícil e a coisa certa fácil".

 

O treinador deve evitar criar medo. Emoções e adrenalina não estimulam o aprendizado. O cavalo emocional está inclinado a fugir de situações assustadoras. No modo de medo, seus movimentos se tornam rápidos e não naturais, em vez de longos, suaves e calmos. O único benefício do treinamento de criar medo seria quando um cavalo exibiu um comportamento verdadeiramente agressivo, como atacar ou morder. O treinador deve afirmar sua liderança, seguido de uma recompensa instantânea quando o cavalo responde positivamente. É crucial que os cavaleiros estejam no controle de suas emoções e do momento e intensidade de suas deixas.

 

3.Os cavalos aprendem de forma diferente dos humanos.

Muitas vezes me perguntam se os humanos são mais espertos que os cavalos. Embora o cavalo tenha uma proporção entre o tamanho do cérebro e o tamanho do corpo muito menor do que a de um humano (o cérebro equino é do tamanho de uma grapefruit), isso é como comparar maçãs com laranjas. Essa comparação é menos sobre tamanho e mais sobre estrutura e motivação para aprender coisas novas.

 

Os cérebros dos cavalos são estruturados de forma diferente ao dos humanos e isso explica parte da frustração que podemos encontrar quando tentamos usar a lógica humana no treinamento. Os cientistas nos dizem que o neocórtex, o centro necessário para habilidades mentais superiores (ou seja, raciocínio, pensamento abstrato, lógica) é maior e mais desenvolvido no humano do que no cavalo. Essas são funções mentais cruciais para o predador que usa a estratégia para rastrear sua presa e prever seus movimentos.

 

Em contraste, o cérebro do cavalo é dedicado a tarefas relacionadas à sobrevivência, ou seja, sensibilidade física e locomoção. Como uma presa, o cavalo está pronto para correr logo após o nascimento, separando as informações que ele capta do ambiente com seus sentidos aguçados. Ele está motivado a pastar o dia todo e fugir do perigo. A resolução de problemas não é uma habilidade necessária, portanto, ele aprende através da experiência. Não podemos contar com um cavalo para raciocinar por meio de uma habilidade que estamos ensinando a ele, ou imaginar os resultados de realizá-la correta ou incorretamente. Ele aprende por tentativa e erro, o que exige a repetição paciente de nossa parte até que ele entenda o que está sendo pedido a ele.

 

Então, da próxima vez que você ficar tentado a antropomorfizar, lembre-se de que cavalos e humanos são conectados de maneira diferente e tente pensar como um cavalo! 

com imformaçoes de: Lindsay Grice 

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