Na velha mangueira de pedra

Colunista: Oswaldo Dornelles Pons

Terça-feira - 19 de dezembro de 2023

Na velha mangueira de pedra
Para quem não sabe , “essa emblemática mangueira  de pedra na Estância da Parada Pons” , foi palco de relevantes conceitos do cavalo funcional. Nela , juntamente[...]

Para quem não sabe , “essa emblemática mangueira  de pedra na Estância da Parada Pons” , foi palco de relevantes conceitos do cavalo funcional. Nela , juntamente com nosso pai , trocávamos ideias , tanto teóricas , como também na prática , com a colaboração dos Mestres Walter Moura e Vilson Souza e Fernando Pons , hoje seu proprietário .

“Então nosso pai , que por sinal foi exímio desenhista , e campeiro literalmente do lombo do cavalo , trazia seus anseios para que o cavalo crioulo se tornasse , tão elegante quanto as demais raças de sela .

Ali nos  passava seus conceitos de biomecânica e harmonia morfológica  . Não aceitava em suas manadas animais toscos , amorfos , com silhuetas brutas e grosseiras .
“Mas por questão de justiça , aqueles animais , apesar terem garrões mais parados , de modo geral eram muito bem aprumados .”

Hornero então ali seria a ferramenta  que ajudou no que se refere polimentos em suas linhas melhorando angulações de anteriores e posteriores e trazendo elegância nos pescoços que até então eram demasiados curtos e pesados .

“E assim tudo começou o que , para nós e para própria raça colaboraram muito.”
Assim como também , trouxe agilidade e força em seus movimentos funcionais “

Mas como todos sabem , não seria uma simples receita de bolos , pois genética , e a zootecnia não são matemáticas.
A partir daí , depois de vários anos , houveram exageros , nas garupas muito planas (arabescas), e angulações demasiadas nos garrões ….(acampados de trás ), defeito clássico para grande maioria das raças de sela.

“Hornero como todo o bom Xarope , colaborou e muito. Me atrevo a dizer que simbolizou o antes e o depois”

Baseados em tais conclusões , o Fernando e eu , fomos formatando nossos conceitos finais do cavalo a ser criado por nós .

“Hoje penso , que sem dúvidas , pelo fato do nosso pai ser um autodidata , não seguia narrativas da moda . Naquela época (década de 70), parte dos criadores seguiam as observações dos jurados de outros países , que por sinal talvez alguns , para não dizer a maioria , por não montarem acavalo , não tinham a menor noção , a não ser , suas características zootécnicas , que em alguns momentos se confundiam mais próximos a bovinocultura do que uma raça de cavalos de sela.”

Mas digo sempre e repito , que o grande mérito dessa mudança de chave , deve-se ao chamamento funcional por parte dos criadores de Jaguarão.

A partir daí , ganhamos novos adeptos do “cavalo de andar “, e assim por fim ganhamos a grande mídia . Recordando com o Fernando , lembrou-me , da razão maior da escolha de Hornero. 
Como havia comentado , nosso pai sempre criticou aos cavalos toscos (pescoços ) pesados . Amorfos , apáticos , refugados pelos bons cavaleiros da época .
Também , buscou naquele momento corrigir a harmonia em nas angulações através dele…pois nossa eguada lhes faltavam mais harmonia em suas partes.
Cientes de que lhe faltava mais selo racial , mas tínhamos certeza de que através dos acasalamentos corretos , ele contribuiria e contribui para

Hoje me preocupa , por ouvir alguns depoimentos , que respeito , porém seria a réplica de um filme que já vemos . 
Em nome da beleza pura ,as pessoas buscam alternativas através de acasalamentos com animais sem comprovação , ou ainda de genéticas alienígenas nas pistas ou lida de campo .
“Quero que ninguém nos leve a mal, as conclusões que o nosso pai , o Fernando e eu chegamos , emergiram desta campeira mangueira de pedra “

Tupambaé e Capanegra , 17/12/23

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