Desafios do setor Equestre frente ás enchentes do Rio Grande do Sul

Colunista: Lucas Corrêa Lau

Sábado - 08 de junho de 2024

Desafios do setor Equestre frente ás enchentes do Rio Grande do Sul
Este artigo seria sobre o Bocal de Ouro 2024, uma das provas mais brilhantes que podemos acompanhar nos últimos tempos, e que nos mostrou de uma forma indubitável a importância da[...]

Este artigo seria sobre o Bocal de Ouro 2024, uma das provas mais brilhantes que podemos acompanhar nos últimos tempos, e que nos mostrou de uma forma indubitável a importância da seleção multifuncional. Porém um pequeno atraso em decorrência da agenda de Exposições Passaportes na região 8 no mês de abril, nos fizeram esquecer de tudo, nos deixando imersos em meio a uma tragédia histórica. O agronegócio foi fortemente castigado nestes eventos em seus diversos setores como a pecuária de corte e leite, produção de soja e arroz, suinocultura, avicultura, e com o cavalo não foi diferente.



O setor equestre do Rio Grande do Sul é um dos mais desenvolvidos e tradicionais do Brasil, refletindo a forte cultura gaúcha ligada ao cavalo. O estado possui um rebanho significativo, sendo o terceiro maior do país, com quase 500 mil cabeças, incluindo diversas raças, como o Cavalo Crioulo, amplamente valorizado na região. Este setor é vital para a economia local, contribuindo com cerca de R$ 2 bilhões anuais, segundo os últimos estudos.
 

A criação, treinamento, competições e comercialização de cavalos movimentam diversas áreas da economia, incluindo o turismo, a agricultura e o comércio de produtos especializados, como rações e equipamentos. Além disso, eventos tradicionais como o Freio de Ouro atraem grande público e geram significativo impacto econômico e cultural para o estado. Com desafios significativos para o setor, afetando drasticamente a criação, manutenção e treinamento dos cavalos. A inundação de pastagens, benfeitorias em propriedades e parques, além das trágicas perdas diretas de animais, deterioração de infraestrutura e comprometimento de toda cadeia.

 

Além disso, a logística de transporte e a realização de eventos equestres, fundamentais para a economia local, sofrem interrupções, impactando negativamente a receita dos criadores, treinadores e comerciantes. A escassez de forragem e a contaminação de fontes de água elevam os custos operacionais, tornando a recuperação lenta e onerosa. Com a extensão dos estragos, e a dimensão do desastre humano, ainda é impossível estimar o prejuízo financeiro do setor. A retomada das atividades tem acontecido de maneira imediata pela ABCCC, com um plano emergencial para que a cadeia do cavalo volte a funcionar da maneira ágil, atenuando o máximo possível os impactos econômicos dos recentes acontecimentos.

 

O segundo passo requer amplo planejamento para reconstrução das estruturas afetadas, seja na busca por apoio governamental ou na utilização de linhas de crédito emergenciais que podem oferecer o suporte financeiro necessário para a recuperação. Além disso, investir em infraestrutura resiliente a enchentes e desenvolver planos de contingência são passos fundamentais para minimizar impactos futuros e garantir a sustentabilidade da equinocultura. A colaboração entre entidades do setor, como associações de criadores e órgãos governamentais, será crucial para uma recuperação eficiente e robusta. As enchentes devastadoras que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024 representaram a maior tragédia da história do estado, deixando um rastro de destruição e necessidade por toda a região.

 

Em meio ao caos e à desolação, uma luz de esperança brilhou através da união do setor equestre brasileiro. Protagonistas de uma mobilização sem precedentes, criadores, cavaleiros, veterinários e amantes dos cavalos de todo o país se uniram em uma corrente de solidariedade e apoio, demonstrando o poder da colaboração e da compaixão em tempos de crise.

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