Nasci no meio da raça crioula . Nossa família , criava animais de muita estrutura , bem aprumados , porém vagarosos ,”daqueles que não davam vontade de montarmos”. No entanto resistentes na lida de campo . Rústicos , e mansos .
“Sem ocultar o fato de que assim como acontecia comigo , aconteceu com inúmeros criadores tradicionais . Por acharmos os cavalos puros na época vagarosos , buscávamos animais cruzados com crioulos X Psi , e outras raças mais ágeis , para nossos arreios .”
“No entanto sabíamos que haviam cavalos crioulos puros diferentes dos nossos tradicionais aqui nas Estâncias La Invernada , no Uruguay e na Cinco Salsos em Bagé.”
“Conforme tenho relatado a muitas pessoas , tudo se deu , quando integrei a comissão da ABCCC, para fazermos as giraras das prévias , para a Exposição de Esteio daquele ano (as prévias ainda eram feitas nas Cabanhas ).
Então chegando na Cinco Salsos , conheci a Amarela do 5 Salsos , e foi “amor à primeira vista “. Me encantei por ela , e quis o destino , que embora voto vencido , a maioria dos integrantes a reprovaram por ser portadora de um Sobre osso , num dos seus membros anteriores …”
“Depois , do final das revisões , procurei o Sr Cláudio , para tentar comprar a baia .
Ele era um Gentleman , porém de pavio curto. Então de pronto me questionou … Me adimira teceres elogios a ela , se vocês a reprovaram para Esteio?”
Deixei baixar a temperatura , e lhe expliquei ; Seu Cláudio se dependesse apenas da minha opinião , ela estaria aprovada .
“Disse-ainda ; isso é uma frescura de gabinete , pois os grandes cavalos que montei , vários deles tinha sobre-ossos , e jamais apresentaram problemas locomotores …”
Como já registramos em entrevistas , a Amarela , passou a formar uma das bases do nosso plantel . Grande matriarca .
“Amarela , foi o primeiro animal crioulo puro que o saudoso Mestre Vilson Souza , domou e muito a encilhou. Ele que tinha restrições com a raça , a partir dela , e depois a Preciosa do Cinco Salsos , sua irmã , lhe conquistaram de forma a se apaixonar pela raça .”
“Mais adiante , o Fernando , meu irmão e eu , procuramos o Sr Cláudio Martins . Quando adquirimos um lote de eguas , juntamente com nosso Pai .
Depois dessas aquisições , sempre mantivemos essa linha de sangues nas bases das nossas Cabanhas .”
“Por gostarmos de cavalos bons de arreios , na sequência , observamos a outra opção de linhas funcionais , através das chegadas , de animais oriundos do Chile.
A partir de La Invernada Aniversário, Trem Trem Arrebol e Santa Elba Señuelo , vimos que seria o ingrediente que precisamos , pois vinham de uma seleção funcional de muitíssimos anos , com avaliações mais requintadas .
Mais adiante , chegam em Esteio três lindos cavalos do Criadero
La Invernada , pelas mãos do Dr Alaberto Arraya Gomez.
“Eram animais diferentes perante os demais animais lá expostos .
O Pozo Azul Chacao , era o mais enquadrado morfologicamente , até porque conquistou um primeiro prêmio numa fila .
O La Invernada El Buitre , filho de Aniversário , era um cavalo forte , e de um tipo “intermediário”:
O terceiro era o La Invernada Hornero , que saia um pouco dos biotipos da época , mas encantou ao nosso pai e a nós … Ele era um cavalo muito correto , porém com requintes em suas partes , sobre tudo pescoço e garupa.
“Talves poucas pessoas saibam
que ele foi reprovado a entrar em pista , por ser portador de um sobre osso (processo da moda ,naquela época “.)
Pois bem por já estar aqui no país , ficou meio que escondido bem num fundão ali no parque , para que não fosse visitado .
Como nos tornamos amigos de Carlos Nogueira , ginete e genro do Dr Alberto , principalmente o Fernando conversava muito
ele , e teve a oportunidade em montar o Hornero , que Carlos , tão bem comentava .
“Daí começamos , a construir a possível compra do tordilho .
Nosso pai , muito entusiasmado também … ali nasce uma possibilidade . Haja vista , de que até imaginávamos um valor baixo , por se tratar de um “patinho feio”.
Os remates , eram ordenados por rosetas decrescentes , até chegaram lá nos não premiados . Dentre os quais , estava o Hornero.
O nosso querido e saudoso amigo Flávio Tellechea , assistia os remates , quando vendia seus animais , ao coversar conosco , notou nosso entusiasmo pelo
tordilho e disse ; “já vi que o tordilho vai para Bagé !
Ao vermos que ele também estava olhando o Hornero com bons olhos , nosso pai disse , se tiveres interesse podemos levar juntos
para Uruguaiana , pois éramos visinhos de campo naquele município . Respondeu , quem sabe !!
Enseguida ele entrou em pista , e nosso pai seguiu lançando . Assim
que o Cabeto Bastos bateu o martelo , nosso pai , perguntou ao Dr Flavio , seguimos juntos de parceiros ? Ele mais do que ligeiro , respondeu , claro que sim …acho que compramos um grande cavalo. E assim foi mais um capítulo da nossa raça .
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