O agronegócio brasileiro é um dos pilares da economia nacional, reconhecido mundialmente por sua eficiência, inovação e capacidade de atender à crescente demanda global por alimentos e fibras. Setores como a produção de soja, milho e carne bovina são exemplos emblemáticos de sucesso, alicerçados em dados sólidos, que possibilitam a análise precisa de tendências, a projeção de cenários econômicos e o planejamento estratégico em toda a cadeia produtiva.
No entanto, enquanto essas áreas avançam amparadas por informações confiáveis, a equinocultura brasileira enfrenta um vazio estatístico preocupante. Apesar de sua relevância econômica, social e cultural, o setor carece de levantamentos consistentes sobre produção, comercialização, geração de empregos e contribuição ao PIB.
Essa ausência de dados não apenas dificulta o entendimento do mercado atual, como também impede a prospecção de novos negócios e o aproveitamento pleno do potencial que o Brasil possui no cenário global da equinocultura. A equinocultura é uma atividade de grande relevância econômica, social e cultural no Brasil, refletindo a forte conexão do país com o mundo rural e esportivo.
Com um rebanho de aproximadamente 5 milhões de cabeças, o Brasil possui o quarto maior efetivo mundial, ficando atrás apenas da China, México e dos Estados Unidos. Ainda que, ratificando o tema deste artigo, não seja possível saber o número exato do nosso rebanho, com divergência de 1 milhão de cabeças entre os mecanismos de pesquisa. Essa posição estratégica destaca o potencial do setor, que movimenta bilhões de reais anualmente e gera empregos diretos e indiretos em diversas cadeias produtivas, como manejo, transporte, nutrição, genética e eventos equestres. Além disso, a equinocultura desempenha um papel significativo no lazer, no esporte e no turismo rural, com impacto direto na preservação de tradições culturais, como rodeios, cavalgadas e provas funcionais. Apesar desse protagonismo, a ausência de dados estruturados sobre a produção, comercialização e economia do setor impede a maximização de seu potencial, tanto no mercado interno quanto no cenário global, onde a demanda por cavalos de esporte e lazer está em expansão.
A ausência de dados confiáveis na equinocultura brasileira resulta em inúmeras oportunidades perdidas para a criação e expansão de novos negócios. Sem informações concretas sobre o mercado, torna-se difícil identificar tendências, planejar investimentos e explorar o potencial de setores estratégicos como a exportação de cavalos de esporte, o turismo equestre e a comercialização de genética de ponta. A falta de estatísticas também limita a possibilidade de parcerias público-privadas e inibe o desenvolvimento de políticas voltadas ao fomento do setor. Enquanto outros segmentos do agronegócio prosperam com base em dados robustos, a equinocultura segue subaproveitada, incapaz de atrair o mesmo nível de atenção de investidores e iniciativas governamentais.
Com dados bem estruturados, o Brasil poderia não apenas consolidar sua posição como referência na criação de equinos, mas também abrir novos mercados e criar vantagens competitivas em escala global. Iniciativas como o estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e associações de raça, representam passos importantes para o fortalecimento da equinocultura brasileira. Esse levantamento pioneiro trouxe dados relevantes sobre o impacto econômico, social e cultural do setor, oferecendo uma visão inicial sobre sua contribuição para o agronegócio nacional. Outro marco foi a criação do Instituto Brasileiro de Equideocultura (IBEqui), que busca integrar as diferentes cadeias produtivas e atuar como um catalisador para o desenvolvimento do setor. Contudo, apesar da relevância dessas ações, elas ainda são insuficientes diante da magnitude da equinocultura no Brasil, que engloba milhões de equinos e movimenta bilhões de reais. Para atender plenamente às demandas do mercado interno e explorar o potencial global, o setor precisa de um esforço contínuo e mais abrangente na geração e análise de dados que sustentem seu crescimento e sua competitividade.
A construção de uma base sólida de dados sobre a equinocultura brasileira é essencial para atrair investidores e fomentar parcerias públicoprivadas, capazes de impulsionar o setor. Informações detalhadas e confiáveis sobre o mercado — como números sobre produção, comercialização, exportação e geração de empregos — proporcionam transparência e segurança para investidores, facilitando o planejamento estratégico e a identificação de oportunidades.
Além disso, dados robustos são indispensáveis para embasar políticas públicas e direcionar recursos governamentais para áreas prioritárias, como inovação tecnológica, infraestrutura e capacitação profissional. Experiências em outros segmentos do agronegócio mostram que a disponibilidade de informações de qualidade estimula a criação de fundos de investimento, programas de incentivo e projetos colaborativos, ampliando a competitividade e fortalecendo toda a cadeia produtiva. Para a equinocultura, a superação da lacuna estatística é o primeiro passo para transformar seu potencial em resultados concretos, tanto no mercado interno quanto internacional.
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