Memórias de um campeão

Quinta-feira - 10 de agosto de 2023

Memórias de um campeão
Um jovem rosilho. Um excelente domador.  Um criador apaixonado. Provas funcionais que estavam ainda sendo testadas como as melhores para julgar um crioulo de excelência. Estavam reunidos[...]

Um jovem rosilho. Um excelente domador.  Um criador apaixonado. Provas funcionais que estavam ainda sendo testadas como as melhores para julgar um crioulo de excelência. Estavam reunidos os principais ingredientes para a grande festa que foi o Freio de Ouro número um, no distante ano de 1982. 
Seu Oswaldo Pons, da Cabanha Tupambaé, de Dom Pedrito, relembra que seu cavalo correu, ainda redomão (de bocal de couro cru), a classificatória de Jaguarão. Itaí Tupambaé era jovem, nascido em setembro 1979, fruto de um cruzamento de excelência: o pai era La Invernada Hornero e a mãe, Preciosa do Cinco Salso. “Ele foi fruto de um novo caminho genético em nossas manadas, um verdadeiro marco em nosso criatório”, avalia Pons. 


O criador destaca ainda que Itaí recebeu a herança genética 100% funcional de cada lado da Cordilheira dos Andes. Hornero havia sido trazido por sua família do Chile. Preciosa, foi seu olho clínico que a selecionou. Clique aqui para ler reportagem publicada no site sobre a história de La Invernada Hornero, Preciosa e Amarela do Cinco Salsos.
Daquele primeiro Freio, Pons lembra que não havia nada parecido com a estrutura que se poder hoje, na Arena do Cavalo Crioulo. “Os acampamentos eram coletivas, debaixo dos eucaliptos em barracas e caminhões e praticamente não haviam pistas específicas para correrem. Era na grama!”, relembra. Ele conta, ainda, que os que possuíam melhores condições técnicas, imigraram das canchas de carreira, assim como ele e Vilson Souza. 
A respeito de Itaí, Seu Oswaldo, conta que era um cavalo dócil com muito caráter. “O Itaí foi forjado pelo Vilson nas lidas campeiras”, destaca. E nos dias de Freio, a rotina não foi deixada para trás. “O Vilson levantava 4h para tratar Itaí”, lembra. 


O cavalo vencedor do primeiro Freio de Ouro tinha três anos quando competiu. Faleceu em 1994, com cerca de 15 anos. “Quando vencemos, estávamos aprendendo, inclusive o Vilson e depois vimos que fizemos tudo certo!”, se orgulha o criador. Ele diz ainda que o Freio foi um divisor de águas no aspecto seletivo da raça. “Adequou morfologia ao maior desempenho funcional, sempre ressaltando docilidade e bons temperamentos”, finaliza. 
Texto: Ieda Risco – Cosas del Campo/Cavalo Crioulo
Foto capa: Ricardo Moglia
 

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